Gosto muito da escolinha da Manu. Boas instalações, boas
atividades e bons profissionais. Sua tia é maravilhosa: competente e muito
carinhosa com os pequenos. Manuela a ama de paixão. E, claro!, eu também!
Afinal, quem nunca ouviu aquele ditado: quem a boca do meu filho beija a minha
adoça?
Se faz bem a ela, faz bem a mim! Simples assim!
É palpável o quanto ela aprendeu nestes 10 meses de creche.
E eu sou imensamente grata por isso. À professora e às auxiliares. Elas são
responsáveis diretas por todo esse crescimento.
Ontem, porém, enquanto dava uma fuçada no facebook da
instituição, deparei-me com uma foto que, instantaneamente, ligou meu botão de
alerta!
Um show de mágica de ninguém menos que Ronald McDonald! Em
carne, osso, cabelo vermelho e muita caloria!
Não. Não. Não. E não. Definitivamente, não ornou!
Já lutamos tanto, diariamente, para manter uma alimentação
saudável. Já lutamos contra tantos empecilhos (comerciais de tv, personagens nas embalagens, etc etc etc) que insistem em achar que
porcaria é comida de criança e até a escola vai jogar contra?
Pode isso,
Arnaldo?
Não sou radical, eu confesso. Na verdade, apesar de lhe oferecer
uma alimentação bastante saudável, sou mais permissiva do que deveria gostaria.
Mas me “dou ao trabalho” – ops! Desde quando cuidar de quem
amamos é trabalho? - de aprender, de buscar receitas novas, que sejam
nutritivas e saborosas. Cuido com tanto carinho das coisas que minha filha come
e eu e meu marido nos esforçamos para mudar os nossos hábitos e lhe dar,
também, bons exemplos. Estou sempre com o umbigo no fogão para, sem motivo
algum, a escola ceder à pressão e, mesmo que nas entrelinhas, estimular o
consumo de tanta porcaria?
Assim não dá!
Há poucos meses, na reunião trimestral, a nutricionista da
escola bateu fervorosamente na necessidade de cuidarmos de perto do que as
crianças ingerem. Obesidade infantil, crianças com colesterol elevado, pressão
alta... Tudo isso foi discutido e explicado por ela, nos dando a entender que
ali esse assunto era, também, tratado com a devida seriedade.
De alguma forma, levando o personagem às suas instalações,
ela está legitimando o consumo daqueles sanduíches, dos refrigerantes e de
todas as porcarias que a indústria tenta, a todo custo, nos enfiar goela abaixo.
Afinal, todas as informações que permeiam o universo escolar são de extrema
relevância na construção de uma criança.
Definitivamente, não curti. E a escola perdeu alguns pontos
comigo.
Será que estou tão errada assim? É muita tempestade num copo
d’água?
Até quando vamos tratar a alimentação infantil com tanta irresponsabilidade?