Eu estou há tempos tentando escrever sobre o home-office e
não consigo.
Não consigo mesmo.
Por falta de tempo muitas vezes, por falta de ideias tantas
outras ... mas, principalmente, porque não sei como descrever meu dia a dia
enlouquecido.
Por isso, já peço desculpas pelo texto confuso que terão
pela frente. Nada mais é que o retrato dos meus dias! =)
Ao contrário de muitos, por aqui não há rotina. Não tem essa
de, mesmo em casa, colocar uma roupa bonita e trabalhar de 9 às 18. Não não.
Longe disso.
Meu dia a dia consiste em me dividir entre os afazeres de
casa, os cuidados com minha baixinha e as obrigações do trabalho.
Enquanto Manu está na escola, na parte da manhã, corro o
máximo que posso. Ou para fazer almoço ou para adiantar os trabalhos do Bolota.
Ganha aquilo que for mais urgente naquele dia.
Depois de dar almoço, fico me equilibrando entre dar atenção
à filha e trabalhar. Manu é muito grudada e não aguenta brincar muito tempo sozinha.
Por isso, costumo deixa-la entretida com as coisas de que mais gosta: massinha,
tinta ou água. Essas atividades me rendem minutinhos a mais de concentração e
longas horas de arrumação depois.
Mas, ainda assim, há infinitas pausas para brincar junto,
levar ao banheiro, dar o lanche e atender todas as outras demandas de uma
criança de três anos.
É um olho no peixe e outro no gato, sabe?
Porém, como ela não dorme à tarde, à noite ela embarca bem
cedinho. Muitas vezes, às 18hs ela já está dormindo. E é aí que corro atrás do
prejuízo.
E quando fazemos feiras no final de semana, então? Além de
ser uma semana mais corrida, o sábado e o domingo são de tirar o fôlego. Manu
vai conosco na maior parte dos eventos e, por mais que – graças a Deus! – ela seja
bastante calma, não tem como negar que é uma tarefa a mais. Nos dividir entre
vender e tomar conta da filha.
Normalmente, encontramos atividades para entretê-la. Uma das
feiras, por exemplo, acontece num clube com teatro e marido sempre tira uma
horinha para leva-la à peça. Ela super se diverte.
Mas, honestamente, me parece que trabalhar em casa é
trabalhar sempre. É, inclusive, trabalhar mais, muitas vezes. E ter ainda menos
tempo para as atividades pessoais – fazer a unha é ostentação!
Mas é, também, estar do lado da minha filha o tempo inteiro e
isso é tudo que sempre quis. Acompanha-la em suas atividades, abraça-la a
qualquer momento e atender a todas as suas necessidades é tão gratificante, tão
incrível!
Por mais confuso que seja, nós estamos todos apaixonados por
essa nova falta de rotina. Nós amamos o que fazemos e temos o maior prazer em
estar nas feiras. Trabalhar em família, fazendo o que gosta é muito mais
incrível do que podia imaginar!
E o mais legal é ver o quanto ELA curte participar do nosso
trabalho. Se sente importante e parte fundamental do trabalho do papai e da
mamãe. Tanto que ela já se apropriou da marca e diz que é, também, o trabalho
DELA.
Em casa, por exemplo, tem sempre uma hora do dia em que ela
pede para brincar de loja. Ela, enquanto “atendente”, já montou seu próprio
discurso e diz:
“Bom dia, em que posso ajudar? Temos lindas roupas pai e
filho!”.
Olha, esse tal de home-office é cansativo, desafiador, mas é
infinitamente mais motivante e prazeroso.