Depois de tanto bater perna atrás da tal escola perfeita,
terminei o dia no bagaço. Mortinha mortinha da silva! Mas valeu. Achei bacana
esta nova fase, buscar o melhor pra Manu e projetar os nossos próximos passos.
Não foi fácil – e nem eu achei que seria – mas foi
importante.
Em comum acordo com o marido, começamos por aquela que,
virtualmente, fazia nossos corações acelerar (que, por coincidência, também era
a mais distante de casa). Desde antes de a Manu nascer, imaginávamos nosso
filho estudando ali. Por quê? Talvez por uma infinidade motivos levianos.
É a mais pop do bairro e que tem a maior quantidade de
atrativos para a idade. Bilíngue desde os 3 meses, piscina ozonizada, toalhas
de banho diariamente esterilizadas, horta para as crianças plantarem e colherem,
viveiros etc etc etc. Me diz se você também não amaria?
Pois bem. Já cheguei disposta a amá-la.
Duas recepcionistas nos atenderam e, por microfone,
convocaram alguém para nos acompanhar. Sabe supermercado? “Fulaninha-de-nome-estranho,
favor comparecer à seção Laticínios!”. Então! Desse jeito e com aquela
mesmíssima voz.
Ainda na recepção, uma televisão mostrava a área da piscina
que, naquele instante, encontrava-se vazia.
Estava tendo uma espécie de feira de ciências e, por isso,
as áreas da escola estavam quase todas adaptadas.
Tudo muito limpinho, como eu imaginava. Porém, muito cheio e
um tanto escuro. Mas, no geral, eu estava gostando. Afinal, aquela é a melhor
escola do bairro...
Manuela mandava beijos a todos que passavam. No entanto,
poucos se importavam com ela. Ok. Normal! Escola cheia e com vários nenéns
beijoqueiros passando de um lado pro outro. Ela não era novidade.
Psicomotricidade era a palavra mais repetida. Dezenas de
vezes. Porém, não era explicada nem desenvolvida.
Perguntei sobre metodologia e didática. Nada além de muitas “psicomotricidades”,
de expor as infinitas atividades oferecidas pela creche e a menção de ser sócio
construtivista. Nada profundo.
Outra coisa da qual não gostei foi a relação com a saúde das
crianças. Perguntamos sobre possíveis postos médicos e responderam que a
diretora (ou seria a coordenadora) era enfermeira e que havia mais uma
funcionária que é, também, auxiliar de enfermagem. Mas foi uma resposta cheia
das embromações também.
Questionei sobre como acompanharia o desenvolvimento da Manu
e ela foi taxativa em dizer que seria pela agenda e pelas reuniões semestrais.
Uma reunião de turma e outra individual por semestre.
No final, aquilo que nos interessava: fale-me de valores! Achei
bem carinha. Bastante carinha mesmo. Principalmente por ter escolhido o período
mais curto, de 4 horas e meia.
Saí de lá com um nó na garganta. Pensando em como pagar
aquele valor. Minha filha tinha de estudar na melhor creche do bairro, caso
contrário, eu seria uma mãe incompetente!
Numa mini resenha com a minha mãe, comentamos os pontos
positivos e negativos. Mas, no geral, gostamos bastante.
Falei pro marido, que disse para fazermos as contas e darmos
um jeito. Liguei para o meu pai – ele tem o dom de me fazer chorar – e contei
sobre o valor. Ele pediu que eu me acalmasse, disse que tudo daria certo. Que
se eu tinha gostado dali, era ali que ela estudaria.
Respirei fundo e decidi visitar as escolas que estavam no
nosso caminho de volta.
Chegamos à segunda escola.
Um ambiente mais tranquilo. Crianças saindo e mães esperando
na porta. Manu sorrindo e as pessoas sorrindo de volta (ops!). Quando pedi para
conhecer as instalações, ligaram para o ramal da coordenadora e ela não
atendeu. Por meios clássicos, sem interfone de supermercado, foram busca-la.
Nesse momento, Manu estava doida para brincar com duas
meninas fofas e bem mais velhas que estavam num parquinho. As bonecas de oito
anos não resistiram ao charme da princesa e vieram se juntar a ela.
Amei!
A coordenadora chegou e, super atenciosa, nos levou a
conhecer as áreas. Tudo menor, mas também muito limpinho.
Se na escola anterior havia uma sala gigante cheia de
tanques enormes para banho, nesta, era um banheiro razoável com espaço para dar
banho em duas crianças.
Um bebê almoçava naquele horário. A cozinha do berçário
ficava à parte. Pequena e, de novo, bem limpinha. Havia uma senhora lavando uns
pratinhos de bebês.
Ali, não havia toalha esterilizada. Os pais são responsáveis
por fornecer o material de higiene que, lá mesmo, são lavados.
O espaço para as crianças (no caso, berçário II) era
bastante amplo e tranquilo. Havia algumas bem felizes no local. E Manu amou!
Tirou a sandália e foi brincar também – claro que a cena mexeu com o coração da
mãe aqui.
A psicomotricidade também apareceu por diversas vezes. Lá,
eles também praticam shantala nos bebês que a aceitam e recebem a visita
semanal de fonoaudiólogas e psicólogas que acompanham o crescimento deles.
Eles têm uma parceria com um sistema de saúde que faz
visitação semanal e, em caso de urgência, entram em contato para que enviem um
médico plantonista.
Se estudar ali, Manuela entrará no berçário II e lá
permanecerá até, mais ou menos, 1 ano e 8 meses, quando passará para uma fase
de transição para o maternal (que mocinha, gente!).
A coordenadora nos passou os valores. Durante o berçário, o
valor era bem próximo do da primeira escola. Mas, ao chegar à transição, ele
cai, praticamente, pela metade. Achei bem justo.
Não tem horta nem viveiro. Mas há todas as outras estruturas
e, aparentemente, mais carinho.
Saí de lá mais tranquila e a tendendo a escolhê-la. Mas
ainda senti falta de uma conversa mais profunda, que, mesmo tendo insistido
bastante, não chegou exatamente a acontecer.
Escola três.
Esta mais perto ainda de casa. Tocamos o interfone e, ao entrarmos,
um rapaz sugeriu que sentássemos num banco no parquinho.
Banco torto. Com pé quebrado. Por aí, vocês imaginam o
resto.
Banheiro sujo, salas escuras e imundas, berçário fedorento
e, também, muito escuro. A sala da diretora era um furdunço só.
O preço bem mais barato, mas caro para tanta insalubridade.
Tentamos visitar uma outra que costuma ser comparada à
primeira que visitamos, mas era horário de saída das crianças e estava muito
confusa.
Para aproveitar mais um pouco o dia, fomos àquela bem
pertinho de casa que, no site, não tinha a tal crase tão criticada por mim.
Orelha em pé!
Na porta, a dona da escola nos atendeu. Uma senhora vestida
de uma forma simples e elegante. Educada e bem carinhosa.
Perguntou o que queríamos fazer primeiro. Conhecer as
instalações ou conversar sobre os métodos.
Fomos à visita.
Escola simples e limpa. Não é feia nem suja. Mas é simples.
Tudo limpinho e organizado.
De uma forma única, foi nos mostrando as turmas, as
atividades que realizavam naquele momento e ao longo do ano. Explicou-nos,
didaticamente – e sem erros de português! -, passo a passo o aprendizado por
faixa etária e como tudo é um processo interligado.
Mostrou-nos as formas de avaliação, os cadernos das crianças
e afirmou que as reuniões são bimestrais. Mas fez questão de ressaltar que a
escola está sempre aberta para atender as nossas dúvidas.
Diferente das outras, em todas as salas, desde o berçário,
havia uma biblioteca. Ela nos contou que a partir do maternal, às
sextas-feiras, todas as crianças escolhem um livro para levar pra casa e devolver
na segunda.
Biblioteca? Livro? A mamãe-traça aqui pira!
Também possui um convênio próprio para atender as crianças,
em caso de necessidade, dentro e fora da escola. Além de parceria com uma
academia de natação e outra de ballet.
Senti muito carinho por ali. Nela, havia as mesmas coisas
das outras, mas de uma forma bem menor e muito mais intimista. Gostei de sair
de lá sabendo como alfabetizam as crianças, por exemplo, e percebi que
conversava com alguém que entendia e gostava do assunto.
O preço é justo e bem parecido com o da segunda escola
visitada.
Em todas, o processo de desfralde é parecido e conta com o
auxílio de psicólogas.
Amanhã, vou a mais duas. Depois do filtro inicial, levo o
marido àquelas que eu gostar mais e pronto!
Decisão tomada.
Aí partimos à próxima etapa: pensar na adaptação. Na dela e,
principalmente, na minha...
OBS: PSICOMOTRICIDADE:
“É a ciência que tem como objeto de estudo o
homem através do seu corpo em movimento e em relação ao seu mundo interno e
externo.
Está relacionada ao
processo de maturação, onde o corpo é a origem das aquisições cognitivas,
afetivas e orgânicas. É sustentada por três conhecimentos básicos: o movimento,
o intelecto e o afeto.
Psicomotricidade,
portanto, é um termo empregado para uma concepção de movimento organizado e
integrado, em função das experiências vividas pelo sujeito cuja ação é
resultante de sua individualidade, sua linguagem e sua socialização. “ (Associação Brasileira de Psicomotricidade)
Oi, Pati! Nossa, deve ser muito difícil escolher a creche! Pelo que você escreveu percebo que não será a primeira visitada. Será a segunda ou a última? Ouça o seu coração! E também os seus olhos, seu bolso e a Manu.
ResponderExcluirBoa sorte!
Rita
http://melancianabarriga.blogspot.com
Então...realmente, fiquei entre essas. Mas ainda tenho uma listinha bem grande pra olhar! Toda hora descubro uma nova!
ExcluirJá sei até qual é a primeira... Também visitei na época de escolher a da Helena. Achei muito comercial. Não tinha cara de escola. E pelo preço achei que serviam caviar para as crianças!
ResponderExcluirEu também sonhava com uma escola. Também dizia que quando tivesse um filho ele estudaria ali. Construtivista. Aqui na Tijuca. Quando fui visitar, não bateu sabe? Ótimas instalações. Linda. Um sonho. Mas tudo era terceirizado. Inglês, natação. Até a cozinha era administrada por uma empresa. E o preço, salgadíssimo!
Acabei escolhendo uma escola menor, onde todos se conhecem pelo nome, pais, alunos, funcionários, professores. Montessoriana, método que não conhecia, mas amei! Com cara de escola e não empresa sabe?
A gente cria umas expectativas bobas. O segredo é visitar muitas. Fazer exatamente isso que você está fazendo, pesando os prós e contras. Vai ter uma que vai te passar mais confiança. Escolha essa. É fundamental confiar no lugar e nas pessoas que irão cuidar do nosso bem mais precioso.
Beijo Pati.
Com certeza, não é de uma empresa que nossos filhos precisam. É de amor e carinho, em primeiro ligar. Mesmo a escola sendo vendida como A melhor, ela vai totalmente contra aquilo que quero pra ela. Que seja feliz pelo que ela é e não pelo que ela ostenta!
ExcluirEstaria sendo injusta com os meus princípios até.
E pretendo ir quinta-feira na Meimei. Vou ligar amanhã pra marcar.
Este comentário foi removido pelo autor.
ExcluirBibiana,
ExcluirQual creche escolheu na Tijuca ?
Obrigada.
Oi! Essa fase de escolher escola é complicada... parece que estamos decidindo o futuro inteiro das nossas filhas! Bom, para mim, foi muito estressante. Eu coloquei a Isabella na primeira escolinha depois de ver todas (TODAS) no bairro em que moramos e nas redondezas. E quer saber? Ela entrou em janeiro e saiu em novembro, antes do fim do ano. Coloquei em outra escola, que havíamos gostado, mas só tinha vaga à tarde (para nossa rotina, era complicado). E ela está lá até hoje e simplesmente adoramos a escola! Bia tb está lá. Veja: não foi nossa primeira opção e no final, foi a mais adequada. Acho que nessa fase de vida, mais importante do que ser bilíngue e ter piscina com ozônio e toalha esterilizada, é carinho, atenção e cuidado com as crianças. Olhar para cada uma como um ser único. E olha, pensa assim: se não der certo, vamos procurar outra. Sem maiores traumas. bjo e boa sorte!
ResponderExcluirNão vou dizer que estou tranquila porque seria uma baita mentira! Mas me considero bem racional e sei que nenhuma decisão é eterna. Se achar que não está bom, eu troco!
ExcluirPrincipalmente nesse comecinho...Ela precisa muito é de carinho!
Obrigada, Lilian, por passar por aqui!
Amo seu blog! =)
Se tiver como dizer os nomes das que achou melhor nessa busca, agradeço muito
ResponderExcluirO que achou da Mei Mei ? Indicaram-me essa que é bem próxima de minha casa e também a Esil.
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