Semana passada, passei firme todos os dias. A certeza de que fazia o melhor pra Manu me segurou nos cinco dias de adaptação.
Mas hoje, como previa, a coisa foi bem diferente: coração na mão e estômago apertado por deixá-la, de fato, na escolinha.
Marido e eu fomos cantando até lá, repetindo várias vezes que Manu estava indo se divertir com os amiguinhos e que mais tarde a mamãe voltaria para buscá-la.. Fizemos festa ao chegarmos na porta e ela parecia acompanhar nossa animação.
Quando a tia da recepção veio pegá-la, ela não curtiu. Com seu choro meio forçado, agarrou-se a nós não querendo sair. Mas foi só uma das tias com quem ela se relaciona aparecer, para ela abrir um sorriso e ir com tranquilidade.
Só que desta vez, eu não respirei aliviada. Sentada na entrada, eu cheguei a chorar! Sim! Desta vez, meu lado bunda mole aflorou e eu chorei. Marido, muito mais tranquilo que eu, puxou minha orelha ao mesmo tempo em que me confortou.
Passados uns quinze minutos, pedi para vê-la. Ela estava sentada brincando com as tias, uma criança e uma boneca. Sorrindo, sem sinais de choro.
Marido - uma pessoa normal que não chora com comercial de margarina - lembrou-me de ir embora.
Na rua, frouxa, pedi um abraço e chorei bastante. BAS-TAN-TE! Que sensação esquisita, ruim, horrorosa! Parecia que um pedaço do meu coração fica ali. Assim desse jeito dramático e cafona mesmo.
Em casa, tantas coisas a serem feitas. Tantas possibilidades. Dormir, tomar (outro) banho tranquila, lavar a louça, fazer comida, arrumar o quarto dela, desarmar a árvore de natal (sim! ela ainda está armada), esvaziar a cabeça... Mas eu não sabia o que fazer. Fiquei perdida!
Fui cozinhar para o tempo passar mais rápido. Que vazio!!! Que casa sem graça sem ela. Cadê minha baixinha andando de um lado pro outro chamando mamãe? Cadê minha bagunceira que sai correndo, às gargalhadas, pra se esconder no box? Que vida chata sem ela por perto.
No entanto, eu sei - e sei mesmo! - que todos precisamos viver. Ela e eu. Nós duas passamos um ano e quatro meses numa simbiose perfeita, respirando o mesmo ar e estando, incondicionalmente, juntas. Precisamos aprender a estarmos fisicamente distantes e traçarmos nossos próprios caminhos. Por mais que me doa, é a vida. Não tem outro jeito.
Poderia, sim, esperar até que completasse dois anos. Mas eu não quis. Manu, cheia de energia, pede atividades, tem sede de conhecimento, de descobertas. E as nossas possibilidades aqui não são muitas. Por mais que eu me dedique integralmente a ela e passe o dia inventando coisas, a socialização é saudável e traz muitas novidades. São novos ares, novas opiniões, novas brincadeiras, novos amigos... Privá-la disso por sentir sua ausência seria um egoísmo sem tamanho.
Querê-la só para mim, definitivamente, não é prova de amor! (Tá...querer eu bem que quero, mas eu sou uma pessoa esperta e sei que não está certo!).
Na metade do período, não resisti e liguei. Foram vê-la e me disseram que estava olhando a piscina e que recusou o suco na hora da colação.
Terminei minhas coisas e fui buscá-la.
Ela estava descendo do almoço e eu me escondi para que não me visse. A tia Vânia veio conversar comigo e disse que ela não aceitou comer. Na verdade, ela me falou que Manu ficou muito bem e que quase não chorou, até às 10:45, quando resolveu chamar ininterruptamente por mim até abrir o berreiro. Neste momento, sentiram que ela ficou mais quente. Colocaram o termômetro: 37.2°C - provavelmente, emocional!
Tentaram dar o almoço, mas ela recusou, comendo apenas o mamão.
Acreditem sem quiser: o choro dela não é o que me faz sofrer. Não é legal, não é divertido e muito menos motivo para risadas. Mas eu sei que é normal. Todas nós passamos por isso e nem nos lembramos. Não ficamos traumatizadas por ir à escola. Então eu sei que passa!
Eu sofro mesmo por ela não comer (novidade!) e, principalmente, por sua ausência. Eu tenho muita dificuldade de estar longe dela, mas como já disse, sei que é necessário. Sabe mãe apegada? Prazer!
Quando me viu, abriu aquele sorrisão de novo. Que eu farei questão de falar dele todas as vezes que ele aparecer. Recompensa tudo. Apaga qualquer tristeza e me faz transbordar de alegria.
Soluçando, me agarrou muito, mas como sempre, sorrindo e me mostrando tudo. As tias, os brinquedos, o mural. Cantou, dançou...tudo ao mesmo tempo agora, relatando, ao seu jeito, tudo o que fez naquela manhã. É apaixonante!
Em casa, pus o termômetro e sua temperatura estava normal. Apesar de errado, dei a mamadeira para que ela relaxasse junto a mi . Tinha a certeza de que não aceitaria comida.
Mamou tudo bem abraçadinha, pediu a "pepê", fechou o olho e dormiu. Linda como sempre!
E eu estou doida pra que acorde logo pra fazermos muita bagunça juntas!
Amanhã tem mais!
Wish me luck!
Olá amiga, tudo bem? Mais calminha agora??
ResponderExcluirSei bem o que está sentindo...eu fiquei com minha pequena até 1 ano e 5 meses dela, em casa, só nós duas enquanto o papai trabalhava fora. Quando ela começou a ir pra escola era como se parte de mim tivesse ido embora..Uma sensação esquisita, de vazio. Até hj (agora com 3 anos e meio) quando a deixo na casa da vó ou na escolinha é como se me tivesse faltando alguma coisa...como se tivesse 'esquecido' de alguma coisa.
Mas tenha certeza, mãezinha, que é a melhor atitude para você e para ela. Com o tempo vc vai ver como o desenvolvimento dela vai aumentar e ela ficará linda e feliz com os novos amiguinhos. Quanta coisa eles aprendem!!!
E mais...nós precisamos nos 'desvincular' um pouco...pro bem deles. Sabe que minha filha era tão grudada comigo que a pedagoga da escola chegou a me chamar pra conversar, dizendo que eu devia 'desgarrar' um pouco, pois isso era prejudicial pra própria Maria Luisa.
Enfim...é dificil, mas pensemos no futuro, na felicidade e desenvolvimento de nossas princesas!!!! ;)
um grande beijo