Pois bem! Vamos aos detalhes do segundo dia de adaptação da minha mocinha.
Saí de casa determinada a fazer as coisas de outra forma. Do meu jeito. Afinal, ninguém melhor do que eu para conhecer a minha filha e os meios de deixá-la mais à vontade.
Chegamos lá com um pouco mais de meia hora de antecedência. Fazendo muita festa, mostrei o Papai Noel enorme que está na entrada. Fiz ela dar oi para todos que estavam na recepção e comecei a mostrá-la os murais nas paredes:
- Cadê o sol, filha?
- Mostra a Magali pra mamãe!
- Olha que nuvem bonita!
- Quantas crianças nesta foto!
Minha baixinha já sorria bastante e ficava cada vez mais tranquila.
Fui até a porta que separa a recepção da área onde as crianças ficam e, pelo vidro, mostrei as que estavam brincando. No pátio, havia umas dez pessoinhas e eu falava de uma por uma:
- Olha como aquela menina pula alto, Manu!
- Aquele menino está dirigindo o carrinho tão depressa!
E assim, ela ficou com vontade de ir até lá. Eu comecei a explicá-la que eu não poderia levá-la. Só a tia poderia entrar ali. E assim que ela apareceu, eu perguntei se queria entrar com ela.
Manu não pensou duas vezes e se jogou, às 8:30.
A todas que passavam, eu perguntava como estava minha filha. A resposta eram sempre as mesmas: ela é um doce, que simpática, tão risonha....
E eu respirava aliviada.
Algum tempo depois, eu escuto seu choro e meu coração dá uma apertada. Uma das tias me disse que ela viu dois meninos chorarem. A partir daí, ficou séria e começou a me chamar - ela não gosta de choro! Como não apareci, abriu o berreiro.
Pediram que eu me escondesse, pois mudariam as atividades e tentariam distrai-la. Se necessário, mandariam me chamar.
Vi por trás do vidro minha delicinha chorando e me chamando. Que vontade de ir até lá! Mas, como disse ontem, estou super firme e tranquila. Não era o momento de atrapalhar.
Com novas brincadeiras, ela parou de chorar. Primeiro, ficou tímida no colo da tia. Aos poucos foi se soltando e, no final, já dançava no meio dos amiguinhos.
Nesse período, fui três vezes dar uma espiadinha e pude perceber como seu semblante modificava para melhor. Tanto que ficou meia hora a mais que o tempo estipulado.
Perto da saída, ouvi muitos gritos de felicidade e supus que era minha filha chegando. Me preparei para um possível choro de dengo.
RÁ! Bobinha eu!
A tia me chamou para eu esperá-la na porta. De mãos dadas com outra tia, ela vinha toda feliz. Quando me viu, abriu os braços e um sorriso enoooorme. Com muitas gargalhadas, veio correndo até mim. Me abraçou, me beijou, me cheirou e apontou pras crianças, cheia de alegria, falando: TATI!
Como sempre, minha baixinha arrasou e me encheu de orgulho. Como eu a amo!
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