quarta-feira, 8 de janeiro de 2014

Adaptação: Dia 3

Hoje, o período foi de duas horas e incluía a colação. Como comer não é o forte da modelete aqui, bem cedo, dei a mamadeira e dois pãezinhos com requeijão. Eu não sabia como reagiria à hora do suquinho e preferi não arriscar.

Dessa vez, marido foi conosco. Chegamos, e ela logo reconheceu onde estava e eu aproveitei para repetir parte do processo de ontem: fiz com que mandasse beijos de bom dia às tias da recepção e fui logo mostrá-la as crianças, perguntando se gostaria de se juntar a elas. Resposta afirmativa e ela logo foi pro colo da Tia Vânia.

Marido e eu ficamos esperando enquanto ela, no andar de cima, brincava com as crianças. Depois de algum tempo, nos chamaram para espiá-la - a melhor hora!!!

De longe, a vi sentada no colo de uma delas, cheia de brinquedo nas mãos e percebi que soluçava, como se houvesse chorado há pouco.

Me contaram que, assim que subiu, chamou mamãe e, como não me viu. chorou. Mas bastou um pouco de jogo de cintura e umas bonequinhas para logo parar de chorar.

Desci e marido foi trabalhar. Enquanto esperava, comecei a prestar atenção às coisas que aconteciam e algumas, confesso, me chocaram bastante!!!!

Duas crianças chegaram completamente descabeladas, com remela nos olhos e roupas absurdamente amassadas. Pouco depois, voltaram cheirosas, de cabelos molhados e sem remelas - mas as roupas, apesar de serem outras, pareciam ter saído da boca de um leão]!!! Como quem não quer nada, engatei uma conversa com a recepcionista que me contou que algumas mães SEMPRE mandam seus filhos sem banho para lá. É do berço direto pra escola!

Outros pais retornaram com seus filhos à creche depois de um mês de férias. Os pequenininhos, claro!, choravam bastante por terem de se separar das suas famílias. Os pais? Entregavam os filhos aos berros sem um beijinho de despedida! Sem um afago! Sem uma frase de consolo! Isso aconteceu ontem e hoje!

E a pior de todas as histórias: 

Um menino de pouco menos de um ano chorava muito. Ele já está adaptado ao berçário e não costuma chorar. As tias, preocupadas, achavam que ele podia estar com dor e antes de qualquer providência, começaram a buscar pela mãe. Depois de muito ligar, a mãe, enfim, atende o telefone e pede para que enrolem com a criança até, pelo menos, a hora do almoço, quando, só então, ela veria o que poderia ser feito. 

OI?????????????????????????

Morri de dó do pobre do menino que teria de esperar, no mínimo, três horas para ter seu sofrimento resolvido. O pobrezinho recebia mais amor das tias do que da própria mãe. 

Mas nem tudo é desgraça! Foram muitas as mães que deixaram seus filhos com dor no coração. Muitas outras que chegavam fazendo festa com as crias e outras tantas que buscavam por informação. Ainda bem que a maioria era assim!

Nessas duas horas, fui diversas vezes dar uma olhadinha na MINHA cria! No início, ressabiada; com o tempo, estava soltinha soltinha! Pelo vidro, pude vê-la correndo, pulando, gargalhando e dançando muito. Uma coisa linda de se ver.

Na saída, mais uma vez, ela me comoveu. Pude ver muito amor naqueles olhinhos que brilharam ainda mais ao ver que eu estava ali. Um abraço apertado, um beijo e muitos sorrisos, para, em seguida, me mostrar o mural com figuras e dizer: SOL! Mais uma palavra pro vocabulário da minha princesa.

Lá dentro, tocava Trem da Alegria. E ainda deu tempo de ouvir a música e dar uma última dançadinha no meu colo.

Perguntei como foi e, mais uma vez, só recebi elogios. Ela não tomou o suco e chamou a mamãe o-tempo-todo, mas se divertiu à beça,tagarelou muito e interagiu com todo mundo!

Como previa, a adaptação está sendo bem tranquila. Apesar de ter chorado um pouquinho, ela é um doce e sabe do tanto de amor que a cerca.

Pela rua, veio tagarelando, dançando e cantando. Esbanjando alegria. Em casa, tomou suco de tangerina, comeu biscoito e apagou.

Amanhã tem mais!

7 comentários:

  1. Pati!! Primeiramente, feliz ano novo!! Estou vendo que as novidades aqui são muitas! Eu tb levei um choque com a diferença de tratamento dispensada às crianças...e como é dificil descobrir que nem todo mundo pensa como nós...mas, infelizmente, somos obrigadas a lidar com isso...
    Já já a pequena vai estar super adaptada!!
    beijinhos pra vcs!!

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    1. Feliz ano novo, Myriam!

      É complicado mesmo e dá dó das crianças! Mas, fazer o que, né?

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  2. Oi Pati, é um prazer conhece-la. Sou mãe de uma princesa de 3 aninhos e estou esperando meu tão sonhado principe.

    Estou te seguindo e já me encantei com esse post. Me vi muito na sua situação. A adaptação na escolinha é muito dificil, mais dificil pra nós do que pros próprios pimpolhos, neh?

    Mas com outras crianças eles logo se acostumam e, com certeza, é boa a interação com mais pessoas.

    Ainda estou começando meu blog, mas espero a sua visitinha lá ;)
    beijos

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    1. Obrigada pela visita, Isabel! E parabéns pelo novo bebê!
      Já passei pelo seu blog pra saber das novidades!

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  3. Pati, a adaptação não é fácil (muito mais para as mães do que para os filhos), mas vc tem tirado de letra. Acho que a sua segurança passa para a Manu, que fica de boa esperando o horário de sair. Claro que ela chora e pede vc, é natural, pois ela passou a vida inteira no seu colo, mas está se adaptando super bem e isso é mérito teu, viu???

    Parabéns!

    Quanto às outras crianças: vemos de um tudo nesse mundo... mas sempre penso que não posso julgar ou entender o que houve que a mãe fez para dar aquela resposta ou deixar a criança daquela forma na escola. Eu me considero super-mãe-babona-coruja e já deixei a Laura na escola praticamente dormindo, sem mamadeira nem nada, pq tive que acordar muuuuuuito cedo para uma reunião no trabalho e teria que deixar a Laura na escola mais cedo do que o costume. Ela não acordou até pararmos na porta da escola.... quem via de fora poderia pensar que eu a deixei ali de qlq jeito, sem amor, sem carinho, mas não viu que eu não a acordei, nem troquei sua roupa ou limpei seus olhos pq estava com pesar de acordá-la antes do seu horário habitual (até pq ela chegou acordada na escola, pois acordou ao pararmos!).
    Entende?

    Vc verá muitas situações, a maioria será repugnante, mas para algumas delas haverá uma razão não aparente que vc não terá conhecimento.

    Só te falo isso por dois motivos: 1) a blogosfera está cheia de mães que julgam; a maternidade está cheia de mães que julgam; a vida está cheia de pessoas que julgam... todos nós julgamos! TODOS! Mas vc não é das que fazem isso no blog e eu acho que não gostaria que qlq novata por aqui tivesse essa impressão (errada) sobre vc

    2) vc ainda verá muuuuuuuuuuuita coisa no âmbito escolar.... muita...... o melhor é deixar de lado e fazer um mundo melhor (à despeito das bizarrices que acompanhamos por aí).

    Um beijo enorme e parabéns pela conquista!!! Manu já é uma princesinha!!!!!!

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    1. Oi, Dani!

      Como sempre, está certíssima!

      Concordo com você em absolutamente tudo. Acho que o julgamento é sempre cruel e preconceituoso, apesar de, ainda assim, fazê-lo. E pensei nisso antes de escrever o post.

      Imagino que a maioria que faz algo que os outros julgam como absurdas deva ter uma razão pra isso e um coração apertado por ter feito. Mas confesso que assusta. Principalmente nesta fase que eu estou vivendo de aprender a deixar a filha sob cuidado dos outros.

      Tenho certeza que com quase todas é assim: a gente quer fazer o melhor, que o filho não se sinta abandonado, que ele se comporte conforme o amor que recebe em casa. É um momento de muita reflexão, de muito zelo e delicadeza. E um comportamento, à primeira vista, oposto, assusta!

      E na hora você, internamente, diz que aquilo jamais acontecerá na sua casa. Mas cuspes vivem caindo na nossa testa, né?

      Ainda assim escrevi porque eu realmente senti aquilo e não quis esconder. Mas, com certeza, eu poderia ter feito uma ressalva! rs

      Obrigada por sempre acrescentar!

      Laura está uma lindeza!

      Beijos

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    2. Pati, tenho certeza de que vc falou pq te incomodou e vc quis ser sincera, imagina. Gosto muito dos seus textos e só te escrevi o comentário pq sabia que vc o veria com bons olhos e não com ofensa ou armaduras.
      É ruim mesmo... é estranho... vc está muito mais sensível e atenta ao teu redor, ao tipo de mãe que tem filhos na escola da Manu, mais perceptiva ao mundo que te rodeia, pq, afinal, agora o seu mundo não é mais o seu centro e sim, a cidade inteira, a escola, os vizinhos,os amiguinhos da manu, a forma como são educados, os pais que serão seus colegas.... claro, é de estranhar....
      Mas tudo dará certo pq vc tem um monte de amor para dar a esta menina linda que, certamente, crescerá cercada de carinho.

      Beijos!!!

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