sábado, 26 de janeiro de 2013

Sobre as boas verdades


Tive uma gravidez fisicamente perfeita, mas psicologicamente instável. Meu humor era algo terrivelmente insuportável, assumo! Darth Vader prenho. Vivia conflitos intermináveis e queria distância das pessoas. Uma mistura bombástica de hormônios e cabeça fraca.

E quando aprecia alguém – porque sempre aparece – com os comentários mais inoportunos sobre a minha barriga, o meu sono ou o meu futuro? Quase pirava! Queria enforcar as infelizes criaturas que, ao invés de palavras de apoio, insistiam em desencorajar a futura mamãe aqui.

Além disso, pouquíssimas pessoas podiam tocar em minha barriga sem me causar algum desconforto. E o que falar sobre a ideia de mãos estranhas segurando minha filha no colo? Só de pensar que ela poderia passar de mão em mão, a pessoa aqui já enlouquecia.

Mas, como a natureza é muito mais sabida que nós, com o nascimento da baixinha, uma certa dose de amadurecimento chegou, ao mesmo tempo em que alguns hormônios se foram. Com isso, pude viver um dia após o outro, errando e acertando, mas, acima de tudo, encontrando o nosso tom.

São quase 5 meses de aprendizado diário. Mas ainda que o cansaço muitas vezes seja enorme, que as olheiras insistam em permanecer sob meus olhos, faço tudo com alegria. Nunca nem resmunguei por acordar no meio da madrugada – apesar de, em pensamento, diversas vezes, pedir só mais 5 minutinhos. Porém, quando o pedido não é aceito, levanto, sorrio e recebo minha pequena nos braços, com uma satisfação que não cabe em mim.

Sei que nem tudo é cor de rosa. E que a maternidade não é tão florida quanto os comerciais da Johnson & Johnson.

Verdade que nunca mais tive uma noite de sono tranquila. Mas e daí? Verdade que me tornei a pessoa mais medrosa do planeta. Mas e daí? Verdade que muitas vezes os dentes ficam se escovar e o banho só acontece quando o marido chega do trabalho. Mas e daí? E daí que fico sem almoçar ou que coma a comida já fria? Ou que no pós-parto tenha retido todo o líquido da Bacia Amazônica e inchado feito uma porca?. Mas e daí? E daí? E daí?

E daí? Porque há tantas outras verdades que superam todas as outras dificuldades...Juro!

Verdade que eu nunca mais serei a mesma. Verdade que eu sou mais feliz porque a tenho comigo. Verdade que não há cheiro mais gostoso que o dela – mesmo com inhaca de leite! Verdade que um sorriso dela é capaz de transformar meu dia. Verdade que desejo ser alguém melhor para vê-la crescer e lhe dar bons exemplos. Verdade que por ela não o que eu não faça! E com prazer! Verdade que eu a amo mais que a mim...

E antes que eu me esqueça, verdade que não importa por quantos colos ela passe, minha Manuela sempre voltará para o meu!


terça-feira, 22 de janeiro de 2013

Olá, papinhas!

Pode parecer besteira, mas fiquei exatos 10 dias pensando se deveria ou não escrever sobre isso aqui no blog. Um assunto simples, gostoso, mas que, no fundo, ainda me causa uma certa muita frustração. Faltava coragem para admitir e me expor aos possíveis prováveis julgamentos.

O negócio é o seguinte: Manuela, com 4 meses, entrou na frutinha. Pois é! Nada de amamentação exclusiva até os 6 meses. Infelizmente, não conseguimos. Não consegui. Foi duro, mas não quero mais me culpar, chega! Já passei dos limites no quesito culpa! Se a consciência, ainda bem!, segue tranquila, com a certeza de que fiz - e sempre farei - o melhor pela minha baixinha, não preciso carregar essa cruz tão pesada. Bola pra frente!

Então, deixo o lado triste da história para eu digerir sozinha e escolho compartilhar com o mundo as gostosuras desta nova fase. As caras e bocas. As reações. As sujeiras. As muitas sujeiras. As muitas muitas muitas sujeiras, que têm sido, eu garanto!, divertidíssimas.

A primeira frutinha a entrar no jogo foi a maçã. A dura maçã! Quem foi o infeliz que mandou raspar maçã com colher de silicone? Sim! Porque hoje, aparentemente, não se pode usar outro material no talher infantil (deve haver alguma razão bem prudente, sobre a qual procurarei já já no sr. Google). Então, sabe aquele trio de garfo-príncipe x faca-cachorro x colher-princesa (se não lembra, clique aqui) que 99% da população usou? Pois é! Não pode mais. É ruim. Faz mal (aposto que dá câncer! tudo dá, oras!). Bom, pelo menos para a pediatra da Manu não pode mais...Para raspá-la, era silicone ou silicone.

Para amolecer a bicha,tentamos de um tudo, e nem banho-maria adiantou. Mas, dos males o menor: pelo menos, a baixinha curtiu. Primeiro, fez cara estranha. Depois, desandou a rir. Uma fofura. E era maçã para todo lado...até ela entender que o barato da coisa era engolir as raspinhas, todos os pedacinhos foram fofa e imediatamente cuspidos
Nós, pais marinheiros enrolados de primeira viagem, adoramos as reações, mas, definitivamente, não foi uma tarefa fácil. Nota 10 para ela e 0 para nós!

Depois da maçã, tudo foi sucesso. Até agora, testamos mamão, banana e pera. Todas deliciosamente devoradas pela gorducha. E bem devoradas! Manu ainda não rejeitou nada e até tentou comer sozinha! Agarra a colher com a força da She-Ra e tenta enfiar goela abaixo! Uma comédia.

E no final de todas, quando não está mais satisfeita, ela trava a boca e não abre nem por um decreto, terminando a refeição com gritinhos de alegria.

E com as frutas, vieram as vitaminas e as incríveis variações no cocô! O fedor aumentou - a fragrância Caca com Mamão gruda no nariz que é uma beleeeeza! - a aparência ficou mais nojenta, mais escura e esquisita! Principalmente pós banana, quando, na fralda, surgem infinitos pontinhos pretos que mais parecem formigas! Aquele amarelo-ouro que reluzia e manchava as roupas já não existe mais.Hoje, o que reina na fralda é um verde acinzentado nadinha fashion!

É isso...Que venha a laranja-lima!






segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

Postagem Pocket

Já tenho um assunto bem bacaninha para o próximo post que, se Manuzita permitir, sairá do forno ainda amanhã! Torçam por mim!

Antes disso, preciso contar que levamos a baixinha, pela primeira vez, à praia. Passamos 5 deliciosos dias em Cabo Frio, curtindo os dias de férias do marido.

E para comprovar, vai uma linda fotinho da minha sereia.


segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

Se Manu não vai ao berço, o berço vai à Manu


Manuela, eu e o berço: o dilema que parece sem fim!

Estou há tempos preparando minha cabeça para colocar Manuela, de vez, no berço. Babá eletrônica high tech comprada, quartinho lindamente pronto, Manu dormindo por horas seguidas à noite. E eu? Completamente sem coragem de colocar a baixinha lá.

Ultimamente, uso a meu favor o fato de estar muito quente aqui em casa (valeu, São Pedro!) e ter, necessariamente, de ligar o ar condicionado todas as noites. Aí não dá, né? Dormir de porta fechada, longe da gordinha? Sem condições...E se ela chora? Se não ouço? Siricutico só de pensar!

Por isso, aceitei a sugestão da minha queridíssima obstetra e me rendi ao berço desmontável – o carrinho estava micro para um bebê macro como Manu –, comprado e montado ao lado da minha cama ontem mesmo.

Aparentemente, a princesa curtiu sua nova King Size. Dormiu largada. Atracou-se com Morfeu e dormiu MUITO! Uma delícia.

E eu...bom...eu continuo na saga do berço, preparando minha cabeça para o desapego...quem sabe quando o verão acabar?


quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

Uma questão de gênero

A opinião masculina sobre a criação dos filhos tem chamado minha atenção. Hoje, de novo, falarei sobre o texto de um homem. Não sei se pai, mas homem.

O escolhido da vez é Leandro Sakamoto e seu texto "Por uma sociedade melhor, meninos deveriam brincar de boneca e de casinha." Polêmico? Batante! Interessante? Mais ainda! Eu concordo? Não sei.

Mas gosto quando me fazem pensar, rever conceitos. 

Na opinião do jornalista, "formaríamos homens mais conscientes e menos violentos se eles entendessem, desde cedo, que cuidar de bebês, cozinhar, limpar a casa não são tarefas atreladas a um gênero, mas algo de responsabilidade do casal."

Sim, de fato, concordo. Esse papo de trabalho-de-menino-e-trabalho-de-menina está mais que ultrapassado (Deixa isso para o Sílvio de Abreu - é dele? - e sua chatíssima Guerra dos Sexos). Por outro lado, ele sugere que deixemos de presentear meninos com espadas e armas e passemos a optar por bonecas, panelinhas e afins. Desta forma, segundo Leonardo, incentivaríamos que eles deixassem a violência machista de lado e passassem, desde cedo, a entender a necessidade da sensibilidade e da cooperação entre o casal.

Taquem-me pedras, mas, juro!, não me imagino entrando em uma loja para comprar, espontaneamente,  bonecas para meninos. Não que eu ache que eles não possam se divertir com elas. Claro que podem! Bem como meninas, com bolas, pipas e carrinhos. Só não sei se o caminho para uma sociedade melhor tem, necessariamente, de passar por aí.

Delicadeza e pro-atividade em casa podem ser ensinadas de outras formas. Não podem? Principalmente, através de exemplos. Nada melhor que ver o pai e a mãe dividindo as tarefas para fazer com que, no futuro, a criança repita estas ações com naturalidade. Acredito, também, que fazer com que seus filhos, sem distinção de gênero, participem dos afazeres domésticos pode ser uma ótima saída.

Meninos, lavem e guardem suas cuecas, por favor!!!!

Mas, acima de tudo, nada mais eficaz que ensiná-los o respeito. Por tudo e por todos. Para que saibam que o que difere as pessoas não é o gênero, a sexualidade, a religião, a cor, o peso, a idade, o dinheiro...mas, sim, o que elas carregam no coração.

Um dia, talvez, eu seja madura o suficiente (e menos intoxicada pelas "verdades sociais") para pensar como Leonardo. Seu texto, e, principalmente, seus atos são deliciosamente corajosos e desafiadores. Bem diferente de mim, ainda tão regular e provinciana...

E as coisas, convenhamos!, vêm mudando bastante. A cada geração, vemos aumentar a parcela de homens mais participativos e "femininos" (recomendo a leitura do texto do Nando Monteiro, no Blog Mundo Ovo, sobre o Homem Feminino), não acham?

E vocês? Presenteariam um amiguinho dos filhos com presentes tão menininhas? Fiquei curiosa para saber...

sexta-feira, 4 de janeiro de 2013

É Preciso Dividir!

Legal ver os homens participando ativamente e expondo seus sentimentos na blogosfera. E foi lendo a coluna do Nando Monteiro, no blog Mundo Ovo, que comecei a me questionar sobre a divisão de responsabilidades na educação dos filhos. Principalmente no momento que estou vivendo, no qual o exercício da atividade parental está diretamente ligado a atividades físicas, braçais e cansativas.

Em seu texto, ele destaca a necessidade da participação dos pais na criação de um filho desde seu nascimento. Mais que isso: destaca a capacidade dos pais de, muitas vezes, tomar decisões e cuidar, sozinhos, da cria. No texto, ele alerta, ainda, sobre como “chegar junto” aumenta os laços entre pais e filhos.

Recomendo a leitura para vermos o lado Y da história...

Aqui em casa, assumo!, sou a principal responsável pela Manu. Marido, como costumamos brincar, fica na atividade de apoio, enquanto,  na maioria das vezes, tomo as grandes decisões sobre a baixinha. E, para falar a verdade, gosto disso.

Amamento, dou banho, troco fralda, faço dormir, acordo de madrugada, escolho as roupas, brinquedos, marco pediatra...Controlo tudo. E tudo tem, necessariamente, de passar pela minha mão. Hoje, não consigo nem pensar na possibilidade de deixar os dois sozinhos por qualquer tempo maior que o de um banho decente. Ir ao salão fazer a unha? Nem pensar!!!! Vai que Manuela chore??? Na-na-ni-na-não!

Posse? Sinceramente, acho que não.

Não me acho dona da Manu. Muito menos melhor ou mais capaz que o marido. Juro! Eu simplesmente QUERO fazer e acredito que TENHO DE fazer. Não pela obrigação social imposta a nós, mães. Pelo menos, não só por isso. É uma vontade quase incontrolável de conduzir a minha cria, de, mais que tudo, protegê-la.

Sendo assim, penso, de cara, na avalanche hormonal que nos invade durante todo esse processo. Penso no instinto. No mundo animal mesmo. Somos ou não somos mamíferas? Cheias de orgulho, não nos comparamos às LEOAS? Não seria, então, o instinto o causador dessas atitudes?  

Para minha surpresa, descobri que o homem, acreditem!, também sofre uma alteração hormonal no meio disso tudo. Segundo o nada confiável Doutor Google, a prolactina é a responsável por fazer nascer no homem nada menos que o instinto paterno. Sim! Porque eles também o têm!

Mas não podemos, exclusivamente, culpar o organismo humano por tudo que acontece. Afinal, diferente dos outros animais, somos dotados de razão e emoção (mesmo que muitas vezes não pareça!), capazes de perceber situações e tomar decisões que passam bem longe do instinto.

Conversar, acredito, ainda é o melhor remédio. Saber ceder, recuar, e admitir a importância do pai nessa nova vida também é fundamental para a felicidade da família - e para diminuir o tamanho de nossas olheiras!

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P.S: Marido está de férias e me ajudando MUITO nas tarefas. Já deu até dois banhos na baixinha! Deu até, acreditem!, para eu tomar 3 banhos no mesmo dia. Isso mesmo! TRÊS BONS BANHOS!

quarta-feira, 2 de janeiro de 2013

Feliz Ano Novo!


O último ano foi intenso. Muito intenso. Da noite pro dia, minha vida mudou. Da casa dos meus pais para minha própria casa. E de recém-casada para mãe.Tudo num espaço muito curto. Difícil de assimilar, de digerir. De filha mais nova à dona-de-casa-mãe-de-família num piscar de olhos. E admito: não foi nada, nadinha, fácil. E ainda não está sendo.

Vez ou outra – para não dizer sempre – me deparei com questionamentos pesados sobre mim, sobre minhas atitudes. Me julguei. Me crucifiquei. Não raro, me condenei.

Por isso, 2012 parte levando um aglomerado de sentimentos bons e ruins, mas deixa - ainda bem! - uma Patricia diferente, mais velha, mais forte, mais segura e, principalmente, MAIS MÃE. E entro em 2013 completamente submersa no papel mais importante da minha vida, batalhando a todo instante para fazer da minha baixinha um ser humano bacana e, acima de tudo, feliz!

Desejo que o novo ano chegue trazendo alegria e boas surpresas. Que os sorrisos sejam mais frequentes que as lágrimas. Que o amor, mais forte que a raiva. O respeito, maior que a intolerância. A disposição, soberana à preguiça. A felicidade, uma gigante perto da tristeza.

Desejo, também, bons desafios para o próximo ano. Pois, dessa vez eu garanto: estou pronta para encará-los de frente!

Seja bem-vindo, ano novo!