quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

Uma questão de gênero

A opinião masculina sobre a criação dos filhos tem chamado minha atenção. Hoje, de novo, falarei sobre o texto de um homem. Não sei se pai, mas homem.

O escolhido da vez é Leandro Sakamoto e seu texto "Por uma sociedade melhor, meninos deveriam brincar de boneca e de casinha." Polêmico? Batante! Interessante? Mais ainda! Eu concordo? Não sei.

Mas gosto quando me fazem pensar, rever conceitos. 

Na opinião do jornalista, "formaríamos homens mais conscientes e menos violentos se eles entendessem, desde cedo, que cuidar de bebês, cozinhar, limpar a casa não são tarefas atreladas a um gênero, mas algo de responsabilidade do casal."

Sim, de fato, concordo. Esse papo de trabalho-de-menino-e-trabalho-de-menina está mais que ultrapassado (Deixa isso para o Sílvio de Abreu - é dele? - e sua chatíssima Guerra dos Sexos). Por outro lado, ele sugere que deixemos de presentear meninos com espadas e armas e passemos a optar por bonecas, panelinhas e afins. Desta forma, segundo Leonardo, incentivaríamos que eles deixassem a violência machista de lado e passassem, desde cedo, a entender a necessidade da sensibilidade e da cooperação entre o casal.

Taquem-me pedras, mas, juro!, não me imagino entrando em uma loja para comprar, espontaneamente,  bonecas para meninos. Não que eu ache que eles não possam se divertir com elas. Claro que podem! Bem como meninas, com bolas, pipas e carrinhos. Só não sei se o caminho para uma sociedade melhor tem, necessariamente, de passar por aí.

Delicadeza e pro-atividade em casa podem ser ensinadas de outras formas. Não podem? Principalmente, através de exemplos. Nada melhor que ver o pai e a mãe dividindo as tarefas para fazer com que, no futuro, a criança repita estas ações com naturalidade. Acredito, também, que fazer com que seus filhos, sem distinção de gênero, participem dos afazeres domésticos pode ser uma ótima saída.

Meninos, lavem e guardem suas cuecas, por favor!!!!

Mas, acima de tudo, nada mais eficaz que ensiná-los o respeito. Por tudo e por todos. Para que saibam que o que difere as pessoas não é o gênero, a sexualidade, a religião, a cor, o peso, a idade, o dinheiro...mas, sim, o que elas carregam no coração.

Um dia, talvez, eu seja madura o suficiente (e menos intoxicada pelas "verdades sociais") para pensar como Leonardo. Seu texto, e, principalmente, seus atos são deliciosamente corajosos e desafiadores. Bem diferente de mim, ainda tão regular e provinciana...

E as coisas, convenhamos!, vêm mudando bastante. A cada geração, vemos aumentar a parcela de homens mais participativos e "femininos" (recomendo a leitura do texto do Nando Monteiro, no Blog Mundo Ovo, sobre o Homem Feminino), não acham?

E vocês? Presenteariam um amiguinho dos filhos com presentes tão menininhas? Fiquei curiosa para saber...

2 comentários:

  1. Nossa!!! Não consigo me imaginar chegando numa festinha de aniversário de um menininho com um conjunto de panelinhas pra dar de presente, ainda que fossem réplicas perfeitas de uma Le Creuset! Convenções sociais à parte, sei lá, não combina! De qq modo, dar bonecos a meninos tb não é algo tão incomum... tá, dar uma Baby Alive pra um menino até pode ser, mas um super herói não deixa de ser um boneco e penso que eles podem ser capazes de ensinar algo de bom, tal como o desejo de ajudar o próximo, salvar uma mocinha indefesa. Sei lá, não acho que eles sejam a causa da machismo e nem da agressividade masculina.

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  2. Não sei nem o que pensar. Nem me imagino dando uma boneca pro meu neto. Preferi que ele aprenda com exemplos dentro de casa.Mas o tema é bastante interessante e polêmico.

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