sexta-feira, 24 de outubro de 2014

Festa da Democracia? Ops! Que Festa?

Domingo é dia de eleição e eu dou graças a Deus por minha filha ter apenas dois anos e ainda não compreender todo este circo nonsense.

Há muitos anos, eu era uma pessoa que curtia política. Que acreditava no poder do voto e, principalmente, no poder de transformação do homem. Acreditava que a massa unida era capaz de coisas inimagináveis e tinha certeza de que, um dia, ainda veria um mundo melhor.

Mas isso, infelizmente, ficou lá atrás, junto com a Patricia adolescente e menor de idade. Hoje, devo assumir, tenho uma grande dificuldade em lidar com tudo isso.

Ainda acredito no homem. Não em todos... de repente, em alguns. Ainda acredito no amor como arma de transformação. Acredito na boa vontade. Na solidariedade. No respeito e no bom senso. 

Mas, não. Eu não acredito na política. Naqueles homens e mulheres capazes de tudo para conseguir um voto. Naquelas pessoas que mais parecem lobos em pele de cordeiros. Que sorriem falso, abraçam o trabalhador e a dona de casa, prometendo-lhes o imprometível.

Nojo e medo definem.

Como cidadã, me informo e tento - quase em vão - escolher com sabedoria aqueles que me representarão no poder. No entanto, com os dois pés atrás, me causa um imenso desconforto ter de apertar o tal do CONFIRMA e optar entre o sujo e o mal lavado. É de doer o coração - e o estômago!

Toda essa encenação política vai além da minha compreensão. Toda essa militância carregada de ódio simplesmente não entra na minha cabeça. É ou não é uma democracia? Temos, ou não, o direito de escolher em quem votaremos?

Pra que tudo isso? Pra que tanta ofensa? 

Meu facebook, por exemplo, virou um cenário de guerra. Ainda bem que minha filha não sabe ler! Imagina ter de explicá-la tanta barbaridade? Tanta discórdia em nome de - acreditem! - um bem comum? Perde-se o respeito por motivos tão simples. Esquerda Caviar, Direita Coxinha, Comunistas, Reacionários, Ditadores, Fascistas, Tiranos, Burros, Idiotas, Imbecis... rótulos e xingamentos que parecem não ter fim.

Como explicá-la a imundice na qual a cidade se transforma com o aval daqueles que têm o dever de mantê-la limpa? Como explicá-la que o Choque de Ordem exige a retirada de todos os outdoors das ruas por conta da poluição visual e permite que o rosto de candidatos estejam estampados em todos os muros da cidade, quiçá do país?

Como explicá-la a distribuição de santinhos - que serão jogados NO CHÃO - mesmo sendo proibidos no dia da eleição?

Como explicar bares lotados e tanta gente bêbada? Motoristas cometendo barbaridades no trânsito, dirigindo com ódio?

Como explicar que todas aquelas promessas serão transformadas em fortunas desviadas? Em obras inacabadas? Em escândalos de corrupção? Em políticos ricos e população pobre? Tantas e tantas e tantas perguntas e nenhuma resposta.

Eu juro que não entendo o por quê de tudo isso. Difícil de digerir.

A minha parte mais ativa, acredito, eu faço no dia a dia. Agindo com respeito ao próximo e ao meu país. Tentando ser uma cidadã digna e, principalmente, ensinando minha filha a ser diferente de tudo isso que se vê por aí.

Torço muito para que as gerações futuras sejam diferentes. Que não percam a esperança e o sonho de mudar. Que elas realmente priorizem o amor e o bem, e que a dificuldade de escolher entre dois ou mais candidatos seja pela competência e honestidade de cada um, e não o contrário.

Torço pra que nossos filhos, quando forem às urnas, possam, de fato, festejar a democracia! Porque eu, Pátria Amada, estou quase jogando o chapéu...

Imagem retirada do site
http://comunidadetribunalivre.blogspot.com.br/2014/08/poluicao-visual-eleicao-2014.html

Um comentário:

  1. Infelizmente esse sentimento é de todos nós aqui em casa. Esperamos que isso um dia mude e que o amor ao próximo predomine. Vamos torcer pra isso tudo um dia mudar. Sou brasileira não desisto nunca.

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