sexta-feira, 4 de janeiro de 2013

É Preciso Dividir!

Legal ver os homens participando ativamente e expondo seus sentimentos na blogosfera. E foi lendo a coluna do Nando Monteiro, no blog Mundo Ovo, que comecei a me questionar sobre a divisão de responsabilidades na educação dos filhos. Principalmente no momento que estou vivendo, no qual o exercício da atividade parental está diretamente ligado a atividades físicas, braçais e cansativas.

Em seu texto, ele destaca a necessidade da participação dos pais na criação de um filho desde seu nascimento. Mais que isso: destaca a capacidade dos pais de, muitas vezes, tomar decisões e cuidar, sozinhos, da cria. No texto, ele alerta, ainda, sobre como “chegar junto” aumenta os laços entre pais e filhos.

Recomendo a leitura para vermos o lado Y da história...

Aqui em casa, assumo!, sou a principal responsável pela Manu. Marido, como costumamos brincar, fica na atividade de apoio, enquanto,  na maioria das vezes, tomo as grandes decisões sobre a baixinha. E, para falar a verdade, gosto disso.

Amamento, dou banho, troco fralda, faço dormir, acordo de madrugada, escolho as roupas, brinquedos, marco pediatra...Controlo tudo. E tudo tem, necessariamente, de passar pela minha mão. Hoje, não consigo nem pensar na possibilidade de deixar os dois sozinhos por qualquer tempo maior que o de um banho decente. Ir ao salão fazer a unha? Nem pensar!!!! Vai que Manuela chore??? Na-na-ni-na-não!

Posse? Sinceramente, acho que não.

Não me acho dona da Manu. Muito menos melhor ou mais capaz que o marido. Juro! Eu simplesmente QUERO fazer e acredito que TENHO DE fazer. Não pela obrigação social imposta a nós, mães. Pelo menos, não só por isso. É uma vontade quase incontrolável de conduzir a minha cria, de, mais que tudo, protegê-la.

Sendo assim, penso, de cara, na avalanche hormonal que nos invade durante todo esse processo. Penso no instinto. No mundo animal mesmo. Somos ou não somos mamíferas? Cheias de orgulho, não nos comparamos às LEOAS? Não seria, então, o instinto o causador dessas atitudes?  

Para minha surpresa, descobri que o homem, acreditem!, também sofre uma alteração hormonal no meio disso tudo. Segundo o nada confiável Doutor Google, a prolactina é a responsável por fazer nascer no homem nada menos que o instinto paterno. Sim! Porque eles também o têm!

Mas não podemos, exclusivamente, culpar o organismo humano por tudo que acontece. Afinal, diferente dos outros animais, somos dotados de razão e emoção (mesmo que muitas vezes não pareça!), capazes de perceber situações e tomar decisões que passam bem longe do instinto.

Conversar, acredito, ainda é o melhor remédio. Saber ceder, recuar, e admitir a importância do pai nessa nova vida também é fundamental para a felicidade da família - e para diminuir o tamanho de nossas olheiras!

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P.S: Marido está de férias e me ajudando MUITO nas tarefas. Já deu até dois banhos na baixinha! Deu até, acreditem!, para eu tomar 3 banhos no mesmo dia. Isso mesmo! TRÊS BONS BANHOS!

4 comentários:

  1. Muito bom, Pati! Acho importante a gente saber delegar e os moços quererem de verdade dividir as tarefas. Me irrita demais o verbo "ajudar",. As pessoas perguntam se o pai ajuda. Isso faz parecer q a obrigação é só nossa e o q o pai faz é "favor". É dever, não favor, dos dois criar, cuidar, educar. bjo

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  2. Olha, no começo é tuuuudo muito complicado. Eu sou feminista, e bom, eu assumo que não tem muito o que fazer no início. Sério, amamentar é uma atividade solitária, eu acho, sinceramente, que o pai não tem muito o que fazer nesse momento. Mas creio que, trocar fralda, dar banho, não é ajuda de pai, é obrigação. Assim como a mãe.

    Sei que, muitas vezes nós preferimos fazer isso. Eu era assim. Primeiro porque detestava ficar explicando mil vezes como fazia tal coisa, como a Beatriz gostava do banho por exemplo e por aí vai. E claro que quando eles são menores são inevitavelmente mais apegado as mães.

    Porém, veja bem, é necessário :/ Sabe, eu sempre penso, se um dia eu realmente precisar sair e deixar ela com o pai, ela tem de estar adaptada, tem de ser natural, não pode sofrer lado algum. Então tem de ser um hábito, uma atitude talvez, diária. Pouco a pouco sabe?

    Enfim!

    Beiiijos
    www.parabeatriz.com

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  3. Obrigada pelos comentários Lilian e Isabela!

    Mesmo tomando a frente, e assumindo gostar disso, acredito que é obrigação do pai também. E que a participação dele faz bem à família toda e é fundamental para que sejamos todos felizes e unidos. Mas, às vezes, é difícil. Marido até sabe trocar a fralda. Mas quando é de cocô, me grita! Falta um jogo de cintura. Talvez porque trabalhe o dia inteiro...Não sei. Só sei que aproveito as férias dele para mergulhá-lo mais nesse universo, e, de fato, divida comigo as tarefas.

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  4. Nos primeiros ( poucos ) meses eu tb pensava assim, mas aos poucos fui deixando ele dividir as tarefas. Como disse a amiga Isabela, a amamentação é realmente solitária e eles nada podem fazer. Mas todas as outras tarefas, inclusive acordar a noite qd necessário, ele dividia comigo. Depois de pouquíssimo tempo eu n precisava nem pedir ajuda, ele praticamente já estava fazendo: dando banho, trocando fraldas e acordando pra olhar ( sem me acordar ). Hoje, 2 anos depois, ele continua fazendo e curtindo fazer. Como eu, ele pode dizer tb que foi um papai incansável e QUASE 24 horas.

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