segunda-feira, 19 de agosto de 2013

Novos Hábitos

Sexta-feira, comecei, em casa mesmo, um curso que durará cerca de um ano e meio. Uma vez por semana, das 19:30 às 21 horas, ficarei ausente, desligada da família, no meu quarto.

Como já contei por aqui, passamos eu e Manuela o dia inteiro grudadas e eu não sei comi agir longe dela. Fato que, diga-se de passagem, é bastante raro por aqui. Apenas deixo a gordinha, por algumas poucas horas, com minha mãe em caso de necessidade. 

Além de querer ter um tempo para produzir, achei que seria importante para nós duas resgatarmos um pouco de nossa individualidade. Aos poucos, em doses homeopáticas, precisamos cortar o cordão.

Marido tem total competência para ficar com ela. Sabe exatamente o que tem de fazer e eu não me preocuparia com isso. Aliás, importante também para ele criar confiança e descobrir, de uma vez por todas, que é tão capaz quanto eu de cuidar de nossa filha. Ele tem receio em fazer as coisas sozinho, sempre pede que eu o supervisione e me pergunta o passo-a-passo de tudo.

Acho importante dizer que, entre todos os muito defeitos que eu tenho, ser mandona não é um deles. Eu não quero que ele faça as coisas do mesmo jeito que eu. Quero que, dentro de uma razoabilidade (claro!), ele encontre a sua maneira de cuidar da Manu, que, de repente, pode ser melhor que a minha. Por que, não?

A minha única exigência é que para coisas mais complicadas eu esteja por perto na primeira tentativa. Por exemplo, há tempos que eu venho falando para ele tomar banho com a gordinha, coisa que já faço há meses. Mas é complicado. O box é pequeno, o corpo fica escorregadio e a falta de prática tende a jogar contra nessas horas. Mas eu queria que ele fizesse. 

Domingo, ele decidiu que, enfim, tomaria banho com ela. Fiquei ao seu lado, ajudando-o quando necessário. Tirando a falta de prática, ele desempenhou muito bem a tarefa. Ainda não tem confiança para fazê-lo sozinho, mas, com o tempo, tenho certeza de que criará esta coragem.

Pois bem. Voltemos à sexta.

Marido chegou do trabalho e eu deixei as coisas bastante mastigadas, para que não houvesse choque! Preparei-a para jantar e, na hora H, pedi para que assumisse o controle. 

Confesso que no início foi difícil encontrar concentração. Ouvia o marido tentando dar sua comida e Manu resmungando, certamente, fugindo do prato. Não vou mentir que a minha vontade era de ir lá. Não por achar que ele não fizesse certo, mas pelo hábito de assumir a responsabilidade, de enfrentar os problemas.

Respirei fundo e, como num mantra, repeti:

- Ela está com o pai. Ela não precisa de mim. Será importante para nós.

Aos poucos, fui entrando no clima e curtindo bastante os novos aprendizados. Vez ou outra, escutava seus "mamas" resmunguentos. Fui forte!

A parte mais difícil foi ouvi-la engatinhando em direção ao quarto e parar na porta me chamando. Doeu mas passou.

Nós três sobrevivemos com louvor. Quando a aula acabou, saí do quarto como se estivéssemos o dia todo distantes. Foi bom também vê-la com saudade, enchendo-me de beijos e dengos.

Sinto que, desta forma, será mais fácil para todos nós, já que ano que vem, ela irá à escolinha e eu voltarei à labuta.

Fazendo bagunça

Um comentário:

  1. Muito bom poder acompanhar o amadurecimento de vocês. Muito bom ver que estão começando a trabalhar suas individualidades.Fico muito orgulhosa de você filha. Em tão pouco tempo deixou de ser o bebezão da família Barbosa e se transformou nessa mulher guerreira,mãezona,esposa e sem perder sua maior característica que é o sorriso solto e largo. Essa sua alegria contagia. Parabéns ao casal. Parabéns Manuela que vai crescer cercada de muito amor e respeito. Beijos.

    ResponderExcluir